Como funciona a injeção eletrônica?

Já vimos muitas coisas sobre o funcionamento do motor, neste post explicarei o funcionamento da injeção eletrônica.

Eis aqui um grande fã desta tecnologia, já que na minha memória, carburador está ligado a dor de cabeça, devido a sérios problemas que meu pai passava com estes aparatos, que foram resolvidos definitivamente depois que ele passou a adquirir carros com injeção eletrônica.

Devo reconhecer a grande vantagem do carburador (ou a ex-grande vantagem), que é a facilidade em se fazer modificações e ajustes no mesmo, usando as mais comuns ferramentas existentes, diferente de um sistema de injeção eletrônica, mas o benefício (único ao meu ver) para por ai, pois as desvantagens são enormes.

Sem delongas sobre carburador e suas desvantagens, vamos falar da injeção, o princípio básico de seu funcionamento. Em primeira instância, devemos dividir a injeção eletrônica em 3 partes, sendo elas os sensores, atuadores, e o sistema de controle eletrônico (também conhecido por módulo, ECU, EMS, etc).

O sensores essenciais para o funcionamento são: Sensor de posição da borboleta (TPS - Throttle Position Sensor) e sensor de posição do girabrequim, mas, quanto mais sensores existirem relacionados ao motor, admissão e exaustão, mais afinada esta injeção pode ficar, conseguindo assim uma melhor eficiência no funcionamento do motor.

Sensor de posição da borboleta em destaque, na foto o corpo de injeção

Como atuadores temos o bico injetor (imagem de entrada do post), e, em praticamente todos os sistemas de injeção eletrônica, a ignição (ativação da centelha da vela) também ficou a encargo do sistema de controle eletrônico, alguns carros ainda usam (ou usavam) um controle separado da ignição, mas se não me falhe a memória, eu desconheço moto com injeção eletrônica que use CDI ou distribuidor para controle da ignição. 

As bobinas mais modernas já são ligadas diretamente na vela, dispensando o cabo de vela.
Agora vamos a parte principal da injeção eletrônica, seu "cérebro", a unidade de controle eletrônico (ou módulo de injeção), dividindo a sua atuação em 2 partes, a atuação da injeção, e a atuação da ignição (que terá um comparativo aos motores que usam CDI).

A atuação da injeção consiste em injetar o combustível em quantidade correta, e no tempo correto. Com a leitura do sensor de posição da borboleta (que está diretamente ligado a posição do acelerador), e com os dados fornecidos pelo sensor de posição do girabrequim, calcula-se a rotação atual do motor, com estes 2 dados (posição da borboleta e rotação), o sistema verifica em uma tabela o tempo que o bico injetor precisa ficar aberto para que a quantidade adequada de combustível seja injetada, e o momento em que o injetor abre é informado pelo sensor de posição do girabrequim.

Exemplo de tabela de tempo de injeção (motor honda 125cc)

A ignição por sua vez trabalha de maneira mais simples, e vamos dar foco ao sensor de posição do girabrequim, que se baseia em indicadores ligados no volante do motor. Nas motos carburadas mais atuais, o controle é feito pelo CDI, e o sensor de posição do girabrequim precisa de poucos pontos, de acordo com o número de cilindros da moto, apenas 1 ponto no caso de uma moto de 1 cilindro, e quando o girabrequim está neste ponto, o CDI é indicado e gera-se a centelha no tempo exato.

Volante XR200 - Honda, em destaque o indicador de posição do girabrequim
Já em um sistema com injeção eletrônica, o CDI foi "incorporado" ao módulo, ficando ele também encarregado por esta função, mas o princípio é o mesmo, gerar a centelha de acordo com a posição do girabrequim, mas o volante (onde ficam os indicadores de posição) possui mais pontos, pois a injeção de combustível também se baseia neles para identificar o tempo correto para isso, diferente de uma moto carburada.

Volante Fazer 250 - Yamaha, fácil observar a adição de mais pontos de leitura

Espero que estas informações sejam úteis, e para qualquer dúvida, sugestão ou crítica, basta deixar seu comentário.

5 comentários:

  1. Acompanho sempre o blog, infos úteis para a minha loja de carro seminovo em SP, ótimo artigo mesmo, aprendi o que precisava

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  2. Você tem cursos de injeção pra indicar

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    1. Não conheço nenhum regular e com certificado. Entretanto, vi o primeiro episódio de uma série oferecida pelo canal do flatout no youtube, me parece que será muito bom (no momento que escrevo, não foram lançados episódios além do primeiro).

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  3. Parei de ler a matéria quando li "girabrequim" (gira). Esse termo não existe. O correto é "virabrequim". E não gira. Fica a dica.

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    1. O "correto" é árvore de manivelas, virabrequim ou girabrequim são variações de uso popular, e embora menos utilizada, a palavra girabrequim existe e contém mesmo significado.
      https://www2.anac.gov.br/anacpedia/por_ing/tr3021.htm

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