Motos populares - 30 anos paradas no tempo!

Neste post vou falar sobre o que me deixa mais triste no mercado nacional de motocicletas: A não evolução das motos populares!


Desde quando meu dou por gente, eu gosto de motos, e sempre reparei nas inovações apresentadas pelos fabricantes, quando se trata das motos de grande porte, é uma briga intensa para apresentar o melhor produto, para conseguir a melhor tecnologia, a maior velocidade, o desenho mais agradável.

Mas quando o assunto é sobre as motos populares no Brasil, eu nunca vi tanta falta de inovação, e com grande esforço, não sei de onde conseguem tirar tanta criatividade para criar produtos tão medíocres!

A primeira coisa que eu gostaria de enfatizar é, a 30 anos atras, os meios de produção eram MUITO menos automatizados que hoje, a fabricação e montagem de qualquer veículo ou produto exigia muito mais pessoas trabalhando do que na atualidade, eram muitas pessoas trabalhando para a produção de poucos produtos, diferente de hoje, que temos bem menos pessoas envolvidas na produção de um número enorme de produtos, o que significa que antigamente, as pessoas possuíam um baixo poder de compra, era tudo mais caro comparado aos dias atuais, mas mesmo assim, essa era a moto mais simples que uma pessoa poderia comprar:


O que podemos ver: Uma moto de 1 cilindro, refrigerada a ar, com os 2 freios a tambor, suspensão traseira com 2 amortecedores, com pedaleira do garupa fixa no quadro elástico, alimentada por carburador, e com partida no pedal.

Depois de 30 anos, com todo o avanço das tecnologias de produção, com o aumento do poder de compra da população, considerando a mesma marca e mesma categoria de moto em questão, eis aqui a moto mais simples que uma pessoa pode comprar:



Vamos observar os detalhes: Uma moto de 1 cilindro, refrigerada a ar, com os 2 freios a tambor, suspensão traseira com 2 amortecedores, com pedaleira do garupa fixa no quadro elástico, alimentada por carburador, e com partida no pedal.

Ai eu me pergunto... Com exceção da maior quantidade de plásticos do modelo mais atual (que deixa ainda mais barato), qual a diferença tecnológica desta moto de hoje e a de 30 anos atras? E chego a seguinte conclusão: Eles estão a 30 anos no mercado apenas mudando o desenho, trocando metal por plástico, e mais nada! E ainda não duvidaria do modelo antigo ser mais leve e mais econômico do que a atual.

E a internet me deixa muito triste, pois com ela eu posso ver os produtos oferecidos em outros países pelo mesmo fabricante e me deparar com isso: 

Esta é uma moto 150cc "popular" na indonésia... vamos as características principais dela: Motor de 1 cilindro, com refrigeração líquida, com os 2 freios a disco, suspensão traseira mono-amortecida, pedaleira do garupa fixa no quadro da moto, alimentada por injeção eletrônica, partida elétrica e no pedal.

Pequena diferença né? Tem mais tecnologia até do que a moto 300cc que a marca comercializa aqui no Brasil.

E no final das contas eu gostaria de saber o motivo de não existir evolução no mercado nacional, por que a injeção eletrônica passa a ser utilizada apenas quando as motos não conseguem mais se encaixar no Promot, por qual razão as inovações aparecem apenas quando a corda está no pescoço, por que o povo não exige melhores produtos?

Será que é por causa da mentalidade do "quanto mais tecnologia, mais peças pra dar defeito", e isso faz imperar um mar de produtos arcaicos? Sinceramente, eu não consigo entender como um mercado pode parar 30 anos no tempo sem oferecer melhorias, e o povo ainda continuar aceitando produtos assim!

E de bônus ainda deixo esta obra prima da evolução:


Um comentário:

  1. No caso da suspensão, me parece ainda mais estranho que o sistema monochoque não tenha sido inserido tão amplamente nas motos populares nacionais. Justamente por requerer um único conjunto de mola e amortecedor, seria de se supor que pudesse vir acompanhado de uma redução no custo. Quanto às pedaleiras do passageiro no quadro elástico, além de prejudicar o conforto, me parecem até um tanto inseguras.

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